O Céu de madrugada começava a adquirir o brilho avermelhado do nascer do sol e a luz se insinuava no frio horizonte do nascente. Seria mais uma clara manhã na África do Sul. Próximo à fronteira com Moçambique, uma zebra permanecia imóvel, espiando na floresta. Algo parecia estranho. O vento batia de encontro as suas costas, mas ela não via nada de diferente. Porém, algo estava errado. Nas primeiras horas da manhã, ela havia estado com o rebanho pastando na campina.
Ela se sentia segura no grupo, saboreando a grama macia e sentindo o ar fresco. Não se deu conta de que seus companheiros haviam se distanciado. Comeria um pouco mais de grama e, então, se juntaria a eles também. Foi quando ouviu alguma coisa: o som de um pequeno galho de árvore se partir ou o estranho farfalhar da grama. Quase imperceptível ao ouvido humano, o estranho ruído soava como o alarme de una sirene para a zebra. O medo se apoderou dela ao compreender que estava sendo vigiada, mas não sabia para que lado correr, quem estaria escondido lá ou quantos inimigos poderia haver. Muito ansiosa, precisou de todo o seu autocontrole para permanecer imóvel. Por vinte minutos, ficou como uma estátua. Por trás da grama alta, dois olhos fitavam friamente a zebra. A leoa estava faminta, porém era cautelosa. Fazia muitos dias que não comia, mas sabia que não havia chegado a hora. Agachada, com a cauda baixa e o queixo encostado ao chão, ela espiava atentamente pela grama, esperando. À sua extrema direita e esquerda havia duas outras leoas movendo-se lenta e imperceptivelmente em direção à zebra; logo estariam também em posição de ataque. Atrás das caçadoras, estavam o leão e os filhotes; o macho de 230 quilos havia decidido não caçar naquela manhã.
A poucos metros de distância, a zebra vacilava. O pavor de se ver sozinha era maior do que o de encontrar um animal selvagem na grama. Lentamente virou-se e começou a se mover intencionalmente em direção ao rebanho. Sempre alerta, ela, sem saber, virou-se de costas para a leoa. Aproveitando a oportunidade, a leoa adiantou-se para frente pela grama. Totalmente camuflada, ela, ainda agachada, avançou com a cabeça e a cauda abaixadas em direção à zebra. Então a zebra ouviu o estrondo: um rugido apavorante, um barulho horrível que ela até podia sentir. O propósito era intimidá-la e a leoa conseguiu. A zebra estava assombrada e rapidamente virou sua cabeça em pânico. Ela resvalou os olhos pela grama antes de ver definitivamente a fera. Ela se virou e correu. Mas era tarde demais. Uma vez em movimento, um leão pode percorrer todo o comprimento de una quadra de basquete em apenas um segundo. A 1ª leoa atingiu a zebra na altura dos ombros, fazendo as duas rolarem numa nuvem de poeira e grama. Perdendo completamente o sentido de direção, a zebra aterrorizada lutou para se pôr de pé. Golpeando o ar, a pata da 2ª leoa, que havia disparado logo atrás da 1ª, atingiu a frágil zebra. Quando suas garras de cinco centímetros de comprimento, afiadas como uma navalha, rasgaram a pele e os músculos de seu pescoço, a força do golpe a fez perder o equilíbrio novamente. Assim que ela caiu no chão, a 1ª leoa abocanhou seu pescoço com toda a força, fincando os dentes na zebra e esmagando sua traquéia, como se ela fosse pega numa prensa. A zebra lutava para se mover, porém a força da leoa em seu pescoço era insuperável. Ela iria ficar inconsciente em alguns instantes, mas os leões não podiam esperar. A fome os estimulava a rasgar os intestinos da zebra. Aliás, sua última experiência de vida seria a dor martirizante de ser devorada viva. Aterrorizada, ela jazia no chão, morrendo. A dor de ser asfixiada só não era maior que a agonia de sentir sua carne sendo rasgada. Mais alguns minutos e a luz se apagou dos seus olhos. Então, todo o grupo de leões se juntou. O macho e suas três parceiras se colocaram em posição estratégica para devorar a carne. Os leõezinhos empurravam para comer, mas eles sabiam que comeriam apenas depois que os adultos estivessem satisfeitos.
A alguns metros de distância, na grama, algumas hienas observavam atentamente. Elas sabiam que o calor do sol faria os leões procurarem uma sombra mais tarde e, pacientemente, esperavam uma oportunidade para roubar os restos do corpo. Abutres, também, começavam a sobrevoar em baixa altitude. Mas, no parque das caças, um outro animal logo apareceu. A dois quilômetros de distância, podia-se ouvir o ruído e sentir o cheiro de seu carro. Balançando desajeitadamente pelo chão, o veículo se aproximava, vomitando o estranho odor de combustível queimado. Ouviram-se vozes vindas do interior da caixa feita de metal e vidro. Então, o carro parou, apenas a alguns metros do local da matança. As vozes no interior se silenciaram. O barulho e o mau cheiro também se diluíram. Os leões mal notaram. Ainda com suas faces ensopadas de sangue, ofegantes e com fibras de intestino, grudadas em seus dentes, eles continuaram a árdua e louca tarefa de arrancar a carne dos ossos da zebra. Os leões estavam comendo tudo: os músculos, a gordura, a cartilagem, as tripas e os ligamentos. Se estivessem com mais fome ainda, teriam comido inclusive os ossos. Às vezes, quando devoram um ser humano, o que sobra é apenas o osso do calcanhar ou as escápulas. Entretanto esta cena é apenas um lugar comum. Dois homens em um Land Rover (Jipe). Dez leões tomando o café da manhã. Hienas e abutres à distância. Uma típica manhã africana.
A grama na África chega a crescer até dois metros de altura, o que torna a fotografia difícil. Em um Land Rover (Jipe), um homem percebeu que sua foto clássica estava sendo prejudicada pela grama alta. Ele pensou por alguns instantes. Hesitou, então tomou uma decisão. Abriu a porta do carro e pisou na grama. Em seguida, posicionou-se a 5 ou 6 metros do carro, com a câmera na mão. Sua nova posição melhorou muito a visão dos leões. Mal sabia, porém, que ao sair do carro ele se tornaria capa dos principais jornais da África do Sul. Fisicamente, o homem não pode, de jeito nenhum, competir com leão. Numa corrida de 100 metros rasos, o leão cruzaria a linha de chegada em menos de 4 segundos, enquanto que, nesse mesmo tempo, o homem mais veloz do mundo completaria a marca dos 30 metros. Apenas a chita é mais veloz que o leão. Se sair em disparada, o leão consegue pular um buraco de dez metros. Extremamente precisos, os leões são conhecidos por derrubar um búfalo com apenas um golpe na espinha. O leão consegue ouvir e cheirar bem melhor que o homem. Sua pele o torna praticamente invisível na grama. Se ele quiser, pode colocar duas patas em cima de qualquer carro de tamanho médio e virá-lo. Aparentemente, a única vantagem que o homem tem, além da inteligência, é que ele vê colorido e o leão, apenas em preto e branco. Mas de que adianta saber que você pode vê-lo colorido, quando 250 quilos de matéria carnívora vem em sua direção a 115 quilômetros por hora? Três vezes mais veloz que o corredor mais rápido do mundo, duas vezes o tamanho de um jogador de futebol americano profissional e praticamente invisível no momento do ataque, o leão é um inimigo terrível. Até sua visão em preto e branco é uma vantagem. As cores diminuídas permitem uma visão melhor à noite, período em que o leão mais caça. Eles enxergam com apenas um oitavo da luz necessária ao homem. No parque das caças, o outro homem observava os leões do Land Rover. A matança da zebra o fascinava. Com a câmara colocada em joelho e os olhos grudados no visor, ele fitava a cena. Logo, extasiado, clicou o obturador. Nunca havia visto una, morte assim em sua vida. Enquanto isso, próximo à grama, seu amigo ajoelhou-se em um joelho só. Focalizou as lentes no macho orgulhoso, cuja face ainda molhada e ensangüentada desaparecia em meio à carcaça da zebra, à procura de mais carne para devorar. Por alguns momentos, ele levantava a cabeça, ofegante, mastigando e engolindo. Parecia indiferente aos dois homens. Então, aconteceu. Talvez o estalo de um galho. Talvez o rugido da leoa. Mas, de repente, o homem desviou sua atenção para a direita. Lá, agachada, estava a leoa. A mesma grama que havia impedido sua visão também havia ocultado a aproximação do animal. Olhando fixamente para o homem, a leoa mantinha a cabeça baixa e a cauda encostada ao chão. Eles olharam um para o outro por um segundo, que parecia uma eternidade. Seu coração pulava como um tambor. Decididamente, ele voou para o carro. Num segundo, a leoa estava no ar, atingindo-o com força total no peito. Derrubando-o, a leoa avançou em sua garganta. Caçadores experientes sabem que, uma vez atingida, a única esperança da vítima é dar sua mão ou braço para o animal comer. Você não consegue rechaçá-lo completamente, mas talvez um amigo possa atirar no animal enquanto ele devora se pulso. O homem no entanto, não pensou rápido. Apenas gritou quando as mandíbulas se fecharam em sua garganta. A leoa apertou tanto que ele perdeu os sentidos. Antes que qualquer ajuda chegasse, ele estava morto. Dentro do carro, seu amigo instintivamente clicou a câmera, tirando várias fotos do assassinato. Estas fotos apareceram na maioria dos principais jornais da África do Sul.
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